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“A Morte da Estrela” foi concebida a fim de explorar o território da cena contemporânea que emerge da fricção entre a fabulação ficcional e o tecido do real. Queremos deslocar comportamentos cênicos arraigados, que refletem estruturas psíquicas, simbólicas e sociais dominantes na arte teatral e na sociedade ocidentais. Assim, abrimos a escuta para horizontes culturais (e sujeitos históricos) diversos, que podem ampliar a definição de "protagonismo" no teatro atual e, com isso, recriar o entendimento sobre interpretação ali praticado. Em virtude disso, também, reunimos artistas de procedências diversas, uma vez que para as perguntas que trazemos para a cena não cabe um único ponto de vista ou uma só resposta.
As artistas aqui envolvidas são auto-declaradas mulheres. Com esta constituição, elevamos a representatividade feminina nas artes cênicas, reconhecendo que existe no fazer delas uma singularidade de experiências, e que esta propriedade pode potencializar a criação cênicas. Quiçá, este coletivo inspirará novas gerações de mulheres nas artes cênicas, um território ainda marcado pela presença de homens nas posições decisórias e, as- sim, direcionado por um olhar diante do mundo também circunscrito ao gênero masculino e favorável aos seus privilégios.
“A Morte da Estrela", além disso, critica a repetição de modelos cênicos que sustentam processos de espetacularização e usura (em incessantes produções de representações) disseminados na cultura do Ocidente hegemônica. Em seu lugar, busca articular uma estrutura em que a divisão de trabalho seja equânime, com a valoração de todas as funções e formas de criar.
“A Morte da Estrela" aposta na constituição de alianças e redes, onde esteja incluída a diversidade de pessoas, para que possamos não apenas fazer teatro para elas, mas com elas. Nossa proposta, além de gerar um entrelaçamento entre as experiências das integrantes da equipe, quer convidar para o processo criativo a presença de vozes dissonantes, que nascem das vivências de outras mulheres, com raças-etnias, classes sociais, formações, sexualidades e idades diversas.
Saudamos, então, as manas que nos inspiram em “A Morte da Estrela”!
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